A empresa justifica esta medida com o avanço da Inteligência Artificial, que tornou várias funções internas obsoletas, marcando o que é descrito como o primeiro despedimento em massa na Europa motivado exclusivamente pela automação inteligente.
Este movimento da gigante das telecomunicações acendeu um intenso debate sobre o futuro do trabalho e o impacto social da IA.
Embora a Altice Portugal não tenha comentado oficialmente os detalhes, a notícia gerou preocupação entre sindicatos e especialistas.
Uma sindicalista da UGT de Espanha, em funções no Comité Europeu de Coordenação Social, expressou a sua inquietação, alertando que, sem medidas regulatórias, futuras vagas de despedimentos poderão ser ainda mais severas. A situação levanta questões críticas sobre a sustentabilidade dos sistemas de Segurança Social, que dependem das contribuições dos trabalhadores.
Com a automação a substituir postos de trabalho, a base de financiamento para pensões e serviços públicos fica ameaçada. Entre as soluções propostas para mitigar este impacto, destaca-se a compensação fiscal para empresas que mantenham os seus trabalhadores e a imposição de compromissos de manutenção de emprego a grandes empresas que se instalem no território. O caso da Altice Portugal é visto como um prenúncio de uma transformação profunda no mercado de trabalho europeu, onde a revolução tecnológica exige uma resposta política e estratégica para evitar a exclusão social.