Pequim tem vindo a desaconselhar a sua utilização em setores sensíveis e a pressionar as empresas locais para que justifiquem a preferência por esta tecnologia em detrimento de alternativas nacionais.

Esta orientação surge após a Administração do Ciberespaço da China (CAC) ter convocado a Nvidia para prestar esclarecimentos sobre alegados riscos de segurança e a possível existência de “portas traseiras” ('backdoors') nos seus processadores, uma acusação que a tecnológica norte-americana negou veementemente. A Nvidia reafirmou que a cibersegurança é de “importância crucial” e que não integra nos seus chips qualquer funcionalidade que permita acesso ou controlo remoto.

A pressão de Pequim parece fazer parte de uma estratégia mais ampla para reduzir a dependência de tecnologia estrangeira e fortalecer a sua indústria de semicondutores. Segundo a Bloomberg, as autoridades chinesas chegaram a questionar empresas sobre as razões para optarem pelos H20 e os eventuais problemas de segurança detetados.

Este movimento cria um cenário complexo para a Nvidia, que desenvolveu o H20 precisamente para manter o acesso a um dos seus maiores mercados, ao mesmo tempo que enfrenta um acordo para pagar 15% das suas receitas de vendas na China ao governo dos EUA.

A situação ilustra a crescente dificuldade das empresas tecnológicas em navegar entre as sanções ocidentais e o protecionismo chinês.