A Microsoft tomou medidas disciplinares severas, incluindo despedimentos, contra funcionários que participaram em protestos contra os contratos da empresa com o governo de Israel. As manifestações, organizadas pelo grupo ‘No Azure for Apartheid’, culminaram com a invasão de instalações da empresa, incluindo o escritório do seu presidente, Brad Smith. Os protestos intensificaram-se após uma investigação do jornal The Guardian ter alegado que as Forças de Defesa de Israel estariam a utilizar a plataforma de computação em nuvem Azure, da Microsoft, para armazenar dados de vigilância em massa de cidadãos palestinianos. Em resposta, o grupo de ativistas, que inclui funcionários e ex-funcionários da Microsoft, organizou várias ações na sede da empresa em Redmond, nos EUA.
A situação atingiu o clímax quando um pequeno grupo de manifestantes conseguiu entrar nos edifícios e ocupar o escritório de Brad Smith.
A polícia foi chamada ao local e a empresa confirmou o despedimento de pelo menos dois trabalhadores, Nisreen Jaradat e Julius Shan, envolvidos nos protestos.
Numa conferência de imprensa, Smith condenou a invasão, afirmando que ações como "instalar escutas - mesmo que de forma bruta, na forma de telefones e telemóveis escondidos em sofás ou atrás de livros - isso não está certo". No entanto, o presidente da Microsoft reafirmou o compromisso da empresa em investigar as alegações, sublinhando que "os termos de serviço padrão da Microsoft proíbem este tipo de utilização" e que estão a trabalhar "todos os dias para chegar ao fundo da questão".
Em resumoO conflito entre a Microsoft e os seus funcionários ativistas expõe a crescente tensão no setor tecnológico sobre a ética dos contratos governamentais. A resposta da empresa, combinando despedimentos com a promessa de investigação, reflete o difícil equilíbrio entre a manutenção da ordem corporativa e a resposta às preocupações de direitos humanos levantadas internamente e externamente.