Simultaneamente, a vice-presidente executiva da empresa, Stella Li, previu uma reconfiguração drástica do mercado automóvel chinês, com o encerramento de dezenas de marcas devido à intensa guerra de preços. A decisão de iniciar a produção do Dolphin Surf na fábrica de Szeged, na Hungria, a partir do final de 2025, é um movimento estratégico para contornar as tarifas de importação da União Europeia sobre veículos elétricos fabricados na China. A BYD planeia ainda uma segunda fábrica na Turquia em 2026, com o objetivo de, até 2028, toda a sua produção para a Europa ser local. Esta aposta na expansão europeia contrasta com a visão pessimista para o mercado interno.

Stella Li afirmou, durante o Salão de Munique, que se avizinha um "banho de sangue" na China, onde o governo está a reprimir os descontos agressivos que sustentam muitas das 129 marcas de veículos elétricos existentes. Segundo a executiva, "sem poder oferecer descontos para atrair clientes, algumas construtoras não vão resistir", prevendo que o mercado não suportará mais de 20 fabricantes.

A BYD, apesar de ser líder de mercado, também sentiu a pressão regulatória, com receitas e lucros abaixo do esperado no segundo trimestre.