A Jaguar Land Rover (JLR) foi forçada a prolongar a paralisação da sua produção devido a um ciberataque de larga escala que atingiu os seus sistemas no final de agosto. O incidente, que já levou à intervenção do governo britânico, está a ter repercussões na cadeia de fornecimento, incluindo em fabricantes de componentes em Portugal. A fabricante britânica anunciou que a interrupção da produção se estenderá pelo menos até ao início de outubro, enquanto continua a tentar recuperar do ataque informático que afetou as suas linhas de montagem. A situação é de tal gravidade que o governo do Reino Unido, através do Departamento de Negócios e Comércio, está a colaborar com a empresa para "apoiar a tarefa de restaurar as operações de produção" e "entender quaisquer impactos na cadeia de fornecimento". O custo da paralisação é estimado em cerca de cinco milhões de libras por dia.
O impacto do ataque não se limita ao Reino Unido.
A interrupção da produção na JLR já está a afetar fabricantes de componentes em Portugal, como a Forvia, em Palmela, que se viu obrigada a colocar uma centena de trabalhadores em "down days" (dias de paragem).
Este incidente expõe a fragilidade das cadeias de abastecimento modernas e interligadas, onde a paralisação de um grande construtor pode gerar um efeito dominó sobre os seus fornecedores. O ataque à JLR ocorre menos de um mês depois de outro grande grupo automóvel, a Stellantis, ter sido alvo de uma violação de dados de clientes na América do Norte, sublinhando a crescente vulnerabilidade do setor automóvel a ameaças cibernéticas.
Em resumoO ciberataque à Jaguar Land Rover expõe a vulnerabilidade crítica das cadeias de abastecimento globais e a interdependência da indústria automóvel moderna. A paralisação prolongada demonstra como um incidente digital pode causar perdas financeiras massivas e perturbações operacionais que se estendem por vários países, sublinhando a necessidade urgente de reforçar a resiliência cibernética no setor.