A notícia das negociações, que levou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a suspender temporariamente a negociação das ações da Impresa, provocou uma escalada superior a 40% nos títulos após o levantamento da suspensão. A operação surge após meses de negociações sem sucesso com investidores nacionais, como a família Soares dos Santos, e reflete a “urgência de uma entrada de dinheiro fresco no grupo de media”, que enfrenta prejuízos históricos e uma estrutura de capital fragilizada. As contas de 2024 revelam um prejuízo consolidado de 66,2 milhões de euros e uma dívida líquida de 148,2 milhões no primeiro semestre de 2025. Fontes próximas do processo indicam que a MFE poderá adquirir uma posição de controlo de 75% na Impreger, a holding da família Balsemão que detém 50,31% da Impresa, o que obrigaria ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade do capital. As agências de meios veem a potencial entrada da MFE como “uma excelente notícia para a Impresa e para o nosso mercado”, como afirmou Alberto Rui Pereira, CEO do grupo IPG Mediabrands, que acredita que um parceiro internacional de grande dimensão assegurará a capacidade de investimento necessária para a transformação do setor. A MFE, com uma faturação de quase 3 mil milhões de euros e operações em Itália, Espanha e Alemanha, procura expandir a sua presença pan-europeia para competir com os gigantes do streaming.