Grupo Impresa em negociações com MFE para venda de controlo acionista

O grupo de media português Impresa, detentor da SIC e do Expresso, confirmou estar em negociações exclusivas com o grupo italiano MediaForEurope (MFE), da família Berlusconi, para a alienação de uma participação de controlo. A notícia provocou uma valorização histórica das ações da Impresa e assinala uma potencial mudança de poder no panorama mediático nacional. A possível venda surge num contexto de grave crise financeira para a Impresa, que acumulou prejuízos de 66,2 milhões de euros em 2024 e viu a sua dívida líquida aumentar para 148,2 milhões de euros no primeiro semestre de 2025. Com os capitais próprios corroídos, a entrada de um novo investidor é vista como uma “tábua de salvação” para evitar a falência. As negociações, conduzidas através da Impreger, a holding da família Balsemão, poderão envolver a aquisição de 75% desta sociedade pela MFE, o que, à luz da lei portuguesa, obrigaria ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Impresa SGPS, cotada em bolsa. A reação do mercado foi imediata e expressiva, com as ações a dispararem e a duplicarem de valor, refletindo a expectativa de um prémio significativo para os acionistas. A estratégia da MFE insere-se num movimento de consolidação dos media europeus para competir com os gigantes do streaming. Para a família Balsemão, o negócio representa uma mudança de paradigma, contrariando a histórica relutância do fundador, Francisco Pinto Balsemão, em ceder o controlo do grupo. As agências de meios e outros intervenientes do setor encaram a operação de forma positiva, antecipando que a entrada de um grupo com a solidez financeira da MFE possa fortalecer a concorrência e o mercado publicitário em Portugal.

Em resumo

A Impresa, confrontada com uma crise financeira severa, negoceia a venda de uma participação de controlo ao grupo italiano MFE, o que desencadeou uma forte valorização das suas ações. Esta operação é vista como crucial para a sobrevivência do grupo de media português e poderá reconfigurar o setor em Portugal.

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