Esta medida representa uma das mais vigorosas ações estatais no setor tecnológico europeu até à data. Pela primeira vez, o Ministério da Economia neerlandês invocou a Lei de Disponibilidade de Bens, alegando “graves falhas de governação e ações no seio da Nexperia” e “uma ameaça à continuidade e salvaguarda, em solo holandês e europeu, de conhecimento tecnológico e capacidades cruciais”.

A Nexperia, com sede nos Países Baixos, pertence à empresa chinesa Wingtech, que está incluída na "lista de entidades" dos EUA, o que implica restrições comerciais.

A intervenção confere ao ministro da Economia o poder de reverter ou bloquear decisões do conselho de administração da empresa.

Em resposta, a Wingtech classificou a medida como uma “interferência excessiva motivada por preconceitos geopolíticos”.

O controlo estatal inclui a suspensão de um administrador executivo e a nomeação de um diretor independente com poder de voto. Esta ação ocorre num contexto de crescentes tensões geopolíticas entre o Ocidente e a China sobre o acesso a tecnologias avançadas, seguindo-se a restrições semelhantes impostas pelo Reino Unido à Nexperia e pelos Países Baixos à venda de maquinaria da ASML à China.