O júri do concurso recomendou como vencedor um consórcio espanhol, uma decisão que a Menzies já anunciou que irá contestar formalmente.

O relatório preliminar do júri, liderado por Sofia Simões e lançado pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), atribuiu a pontuação mais alta (95,2523) ao consórcio formado pela Clece e pela South, uma empresa do grupo Iberia.

A Menzies ficou em segundo lugar com 93,0526 pontos, penalizada por uma proposta que, segundo o júri, previa uma menor afetação de meios humanos e materiais. A Menzies lamentou o resultado e manifestou preocupação com a possibilidade de “perturbações operacionais significativas e incerteza para milhares de colaboradores”. A empresa, que emprega mais de 3.500 pessoas, irá “recorrer a todos os meios disponíveis para garantir que a integridade e a equidade do resultado sejam plenamente revistas”.

A perda das licenças coloca em risco o plano de recuperação da antiga Groundforce (SPdH), que foi declarada insolvente em 2021 e adquirida pela Menzies em 2024. Este plano previa o pagamento faseado de 31 milhões de euros a credores como a ANA Aeroportos, a Segurança Social e a TAP, que é também acionista minoritária (49,9%) e principal cliente da Menzies. Os sindicatos, como o SITAVA e o SINTAC, manifestaram-se “incrédulos e indignados”, alertando para os riscos para os cerca de 4.000 postos de trabalho e levantando dúvidas sobre potenciais conflitos de interesse, dado que o grupo IAG, dono da Iberia, é um dos candidatos à privatização da TAP.