Uma falha significativa na infraestrutura da Amazon Web Services (AWS), a maior fornecedora de serviços na nuvem do mundo, provocou a interrupção generalizada de milhares de websites e aplicações a nível global, evidenciando a crescente dependência da economia digital de um número reduzido de fornecedores. A interrupção, que teve origem na região US-EAST-1 da AWS, na Virgínia do Norte, foi atribuída a um problema no serviço de base de dados Amazon DynamoDB e na resolução de nomes de domínio (DNS). O incidente, considerado o pior desde a falha da CrowdStrike em 2023, afetou uma vasta gama de serviços, incluindo plataformas como Snapchat, Reddit, Fortnite, Duolingo, Canva e a assistente Alexa da própria Amazon. O impacto estendeu-se a serviços financeiros e governamentais no Reino Unido, como os do Lloyds Bank e da autoridade fiscal britânica (HMRC), e a várias plataformas em Portugal.
A Amazon confirmou que não existiam indícios de um ciberataque, tratando-se de uma avaria técnica.
A recuperação dos serviços foi gradual, com a empresa a impor limites temporários no número de pedidos processados para estabilizar o sistema.
O episódio gerou um intenso debate sobre a centralização da infraestrutura da internet e os riscos associados.
Rui Duro, ‘Country Manager’ da Check Point Software em Portugal, afirmou que a falha é “um lembrete de que o mundo digital não tem fronteiras” e que “a resiliência continua a depender das pessoas e dos processos”. Especialistas como Nishanth Sastry, da Universidade de Surrey, sublinharam que a dependência de uma única infraestrutura amplifica o impacto de qualquer falha, levantando questões sobre a necessidade de maior redundância e diversificação de fornecedores no ecossistema digital.
Em resumoA falha global da AWS paralisou inúmeros serviços digitais, desde redes sociais a sistemas bancários, desencadeando uma discussão sobre a vulnerabilidade da infraestrutura da internet, excessivamente concentrada em poucos fornecedores. O incidente, de origem técnica, sublinhou a necessidade de as empresas adotarem estratégias ‘multi-cloud’ e planos de contingência robustos para garantir a resiliência das suas operações.