O conflito teve início quando o governo dos Países Baixos assumiu o controlo da Nexperia, uma empresa fundada no país mas adquirida pela chinesa Wingtech Technology em 2019, alegando preocupações com a segurança nacional e a proteção de propriedade intelectual.

Esta ação foi, alegadamente, motivada por pressões dos Estados Unidos, que colocaram a Wingtech na sua 'lista negra' comercial.

Em retaliação, o governo chinês proibiu a Nexperia de exportar os 'chips' produzidos nas suas fábricas na China, o que está a estrangular a cadeia de abastecimento europeia. Embora os semicondutores da Nexperia não sejam os mais avançados, são componentes críticos utilizados em várias funções essenciais dos veículos, desde a iluminação a unidades de controlo eletrónico.

Associações setoriais como a Associação de Construtores Automóveis Europeus (ACEA) e a sua congénere alemã (VDA) alertaram que os 'stocks' atuais durarão apenas algumas semanas e que a situação pode levar a “restrições de produção significativas - ou até a uma paragem na produção”.

A Volkswagen já terá notificado os seus funcionários sobre possíveis impactos a curto prazo.

A Bosch, cliente da Nexperia, confirmou estar a enfrentar “desafios significativos” e espera uma “resolução rápida entre as partes envolvidas”.

A homologação de componentes de fornecedores alternativos é um processo que pode demorar vários meses, tornando a situação ainda mais crítica.