A crise atual teve início com a decisão do governo dos Países Baixos de assumir o controlo da Nexperia, uma empresa detida pela chinesa Wingtech, alegando preocupações com a segurança da propriedade intelectual e a transferência de tecnologia. Em retaliação, Pequim restringiu a exportação de componentes produzidos pela subsidiária chinesa da Nexperia, que é responsável por fornecer cerca de 60% da sua produção à indústria automóvel. Estes chips, embora não sejam de ponta, são essenciais para centenas de funções básicas nos veículos, desde a iluminação aos sistemas de controlo eletrónico.

Associações setoriais como a Associação Europeia dos Fabricantes de Automóveis (ACEA) e a Associação Europeia dos Fornecedores Automóveis (CLEPA) emitiram alertas urgentes.

Benjamin Krieger, secretário-geral da CLEPA, declarou que “a transformação da mobilidade na Europa depende de um ecossistema de semicondutores estável”. Fontes da indústria, citadas pela Bloomberg, indicam que os stocks atuais poderão durar apenas algumas semanas, com o risco de paralisações generalizadas em menos de duas semanas. A Volkswagen admitiu a possibilidade de “impactos de curto prazo na produção”, embora a Autoeuropa, em Palmela, tenha garantido a produção para a semana seguinte, mantendo-se em “contacto próximo com a ‘task-force’ que o Grupo Volkswagen criou” para monitorizar a situação.

A Bosch também enfrenta “desafios significativos” e espera uma “resolução rápida” para aliviar o “estrangulamento”.