O presidente executivo da Vodafone Portugal, Luís Lopes, afirmou que a entrada da nova operadora Digi no mercado português não teve um “impacto de fuga de clientes dramática”. Numa altura em que a empresa celebra 33 anos de operação em Portugal, o CEO sublinhou que a estratégia da Vodafone não é competir em preço, mas sim em “qualidade e em oferecer o melhor preço para a qualidade que presta”. Num encontro com jornalistas, Luís Lopes admitiu que a Vodafone perdeu alguns clientes para a Digi, que entrou no mercado com preços agressivos, mas garantiu que também ganhou outros, mantendo o número total de clientes estável. “Se as pessoas só quiserem preço, [...] aquilo que se esperaria é: ‘isto deve ser uma sangria completa de clientes’”, referiu, notando que tal não aconteceu.
Esta declaração reforça a visão do gestor de que a maioria dos consumidores portugueses valoriza a relação qualidade-preço (“value for money”) em detrimento do preço mais baixo.
Luís Lopes voltou a defender a necessidade de consolidação no setor, afirmando que “não há mercado em Portugal para quatro operadores” a longo prazo.
Considera que a Vodafone, pela sua “posição muito forte”, é um “ativo muito apetecível”, mas também um “potencial consolidador”, recordando a tentativa de compra da Nowo.
O CEO criticou ainda a falta de visão e a imprevisibilidade do regulador português, especialmente no que diz respeito à renovação das licenças de espetro, que vencem em 2028.
Em resumoO CEO da Vodafone Portugal, Luís Lopes, desvalorizou o impacto da entrada da Digi no mercado, afirmando que a operadora não registou uma perda significativa de clientes. A estratégia da Vodafone continua focada na qualidade e não na competição por preço, num setor que, segundo o gestor, necessita de consolidação para ser sustentável.