O grupo de media português Impresa, detentor da SIC e do Expresso, está em negociações avançadas para a entrada da MediaForEurope (MFE), controlada pela família Berlusconi, no seu capital, com um desfecho esperado até ao final do ano. A operação, que levou a CMVM a suspender a negociação das ações da Impresa, prevê uma injeção de capital entre 15 e 30 milhões de euros por uma posição minoritária, mantendo a família Balsemão, para já, o controlo da empresa. Este movimento estratégico surge num período financeiro delicado para a Impresa, que registou prejuízos de 5,1 milhões de euros no primeiro semestre de 2025 e enfrenta uma dívida significativa.
A entrada da MFE é vista como uma oportunidade para garantir maior sustentabilidade financeira.
Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, já tinha admitido publicamente a abertura a parceiros estratégicos que trouxessem valor ao grupo.
A MFE, liderada por Pier Silvio Berlusconi, tem vindo a seguir uma estratégia de expansão europeia, tendo recentemente consolidado o controlo sobre a alemã ProSiebenSat.1.
A entrada na Impresa é encarada como um primeiro passo, com a possibilidade de a MFE vir a reforçar a sua posição para assumir o controlo a prazo. Recentemente, após o falecimento do fundador Francisco Pinto Balsemão, os seus cinco herdeiros dividiram em partes iguais a participação na holding familiar Balseger, que controla indiretamente 50,3% dos direitos de voto da Impresa, e celebraram um acordo parassocial para coordenar a sua atuação em matérias estratégicas, assegurando a estabilidade acionista neste período de transição.
Em resumoA iminente entrada da MFE no capital da Impresa representa um momento decisivo para o grupo português, oferecendo uma solução para os seus desafios financeiros e abrindo portas a uma nova fase de consolidação no mercado europeu de media. A operação, embora mantenha o controlo inicial na família Balsemão, posiciona o gigante italiano para uma futura tomada de controlo, podendo redefinir o panorama mediático em Portugal.