A análise aponta a fragmentação do mercado europeu como um fator limitador da competitividade e do investimento, em comparação com os gigantes dos Estados Unidos e da China, tornando a consolidação uma necessidade estratégica.

O relatório 'Capital Currents' revela disparidades significativas: a despesa de capital per capita na Europa é de 109 euros, contra 174 euros nos EUA.

Além disso, um operador médio na União Europeia serve cinco milhões de assinantes, um número muito inferior aos 107 milhões de um operador norte-americano e aos 467 milhões de um operador chinês.

Esta falta de escala traduz-se em receitas médias por utilizador consideravelmente mais baixas.

O estudo identifica cinco principais vetores de consolidação. O primeiro é a concentração de operadores a nível nacional, evoluindo de mercados com cinco ou seis concorrentes para estruturas com apenas três ou quatro. Outras tendências incluem o reequilíbrio de portfólios, com desinvestimento em ativos não estratégicos; a consolidação transfronteiriça para exportar modelos de negócio; a aquisição de serviços digitais adjacentes (como IoT e cibersegurança) para reforçar a oferta B2B; e a segregação e consolidação de infraestruturas, como torres e fibra.

Augusto Baena, sócio da Oliver Wyman, afirma que "reduzir a fragmentação do mercado europeu das telecomunicações é determinante para acelerar o investimento em infraestruturas digitais e reforçar a nossa soberania estratégica num momento histórico crucial".