A crise foi desencadeada quando o governo neerlandês, alegadamente sob pressão dos EUA, interveio na gestão da Nexperia, uma empresa sediada nos Países Baixos mas controlada pelo grupo chinês Wingtech.
Em retaliação, Pequim bloqueou a exportação de chips da empresa que são embalados na China, apesar de a maior parte da produção ocorrer na Europa.
Estes componentes, embora considerados básicos, são essenciais para múltiplas funções nos veículos modernos, desde sistemas de travagem a vidros elétricos.
A Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA) já alertou que “as paragens de produção estão a dias de distância”.
Vários fabricantes, como Volkswagen, Mercedes-Benz, Nissan e Honda, admitiram que serão afetados, com a Honda a suspender mesmo a produção numa fábrica no México.
Em Portugal, a ACAP alertou para o risco de paragem nas fábricas nacionais, e a Bosch de Braga anunciou um regime de 'lay-off' para 2.500 trabalhadores devido à escassez de componentes. Embora a Wingtech tenha garantido ter inventário suficiente para satisfazer as encomendas até ao final do ano, a crise revela que, apesar dos esforços pós-pandemia para diversificar as fontes de abastecimento, a indústria automóvel continua perigosamente dependente de um número reduzido de fornecedores e suscetível a choques geopolíticos.













