O grupo EDP apresentou resultados mistos para os primeiros nove meses do ano e um novo plano estratégico até 2028 que, apesar de prever crescimento e redução da dívida, foi recebido com pessimismo pelos investidores, provocando quedas acentuadas em bolsa. Nos primeiros nove meses do ano, o lucro da EDP caiu 12% para 952 milhões de euros, enquanto o da EDP Renováveis (EDPR) sofreu uma quebra de 49%, para 107 milhões. Excluindo efeitos extraordinários, o resultado líquido recorrente da EDP cresceu 5% para 974 milhões, impulsionado pelo aumento da capacidade renovável. O novo plano estratégico para 2026-2028 projeta um lucro líquido de cerca de 1,3 mil milhões de euros em 2028 e uma redução da dívida líquida para 15 mil milhões de euros.
Uma das principais alterações é o reforço do foco nos Estados Unidos, cujo contributo para os resultados deverá aumentar, em detrimento da Europa.
A empresa planeia investir 2,5 mil milhões em Portugal, maioritariamente nas redes elétricas.
No entanto, a reação do mercado foi negativa, com as ações da EDP e da EDPR a registarem quedas superiores a 5%.
Analistas e investidores consideraram o "guidance" da empresa como dececionante, levando a uma perda de 3,5 mil milhões de euros em capitalização bolsista em dois dias e a um "downgrade" por parte do Goldman Sachs.
Em resumoApesar de um plano estratégico focado no crescimento nos EUA e na solidez financeira, a EDP não conseguiu convencer o mercado. A quebra nos lucros e as perspetivas consideradas pouco ambiciosas levaram a uma forte penalização em bolsa, refletindo a incerteza dos investidores quanto à capacidade da empresa de executar a sua nova estratégia de forma rentável.