A operação visou Armando Pereira, cofundador da Altice e um dos principais arguidos no processo português.
O procurador financeiro francês, Jean-François Bohnert, anunciou que a ação coordenada em França envolveu mais de 70 investigadores e teve como alvo 15 residências e 14 empresas em várias regiões, incluindo Île-de-France e Córsega. A investigação francesa, aberta pelo Parquet National Financier, foca-se num "vasto esquema de corrupção que envolve crimes classificados como corrupção privada, fraude organizada e lavagem de dinheiro organizada, em prejuízo do grupo Altice". As suspeitas apontam para uma rede de empresas de fachada que seriam usadas para sobrefaturar serviços e bens fornecidos à Altice, com os diferenciais a serem canalizados para circuitos de branqueamento de capitais. Esta operação em França surge na sequência da "Operação Picoas", que começou em Portugal no verão de 2023 e levou à detenção de Armando Pereira, braço direito do principal acionista da Altice, Patrick Drahi. Em Portugal, Pereira está indiciado por 11 crimes, incluindo corrupção e branqueamento de capitais.
Paralelamente, a Altice tem vindo a desfazer-se de ativos para reduzir a sua elevada dívida. Neste contexto, a operadora israelita Bezeq chegou a um acordo preliminar para comprar a concorrente Hot Mobile, detida pela Altice International, por 652 milhões de dólares (cerca de 557 milhões de euros). Este movimento de desinvestimento é visto como uma estratégia de Patrick Drahi para aliviar a pressão financeira sobre o grupo.









