A decisão foi tomada pela desembargadora Mónica Maria Costa, na sequência de recursos apresentados pelos bancos Bradesco e Itaú.

A magistrada considerou que o fecho da empresa "acarretaria prejuízos diretos à sociedade e à administração pública", uma vez que a Oi é a única fornecedora de serviços de voz em 7.500 localidades e detém mais de 4.664 contratos com o poder público, incluindo a operação de telefones de emergência para serviços de saúde, ambientais e policiais. A juíza sublinhou que o plano de recuperação aprovado pelos credores "não se caracteriza no momento como inviável" e que os problemas da empresa parecem derivar de "sérios problemas de gestão" e não de uma incapacidade definitiva de recuperação. A decisão judicial cita "indícios de atos de abuso de poder por parte de controladores e administradores" como uma das causas determinantes para as dificuldades da empresa, apontando como exemplo a "contratação de profissionais com custos elevadíssimos", como advogados para o processo de Chapter 11 nos EUA, com custos na ordem dos 100 milhões de dólares. Com esta suspensão, a Oi, que atravessa o seu segundo processo de recuperação financeira e registava uma dívida bruta de 6,6 mil milhões de dólares no segundo trimestre, regressa ao processo de recuperação judicial e deverá cumprir o plano previamente aprovado pelos seus credores.