Esta corrida inédita sublinha a importância estratégica da TAP no mercado transatlântico, num momento marcado pelo seu recente regresso a resultados financeiros positivos.

O Governo português pretende alienar até 44,9% do capital da transportadora, reservando 5% para os trabalhadores, num processo que se estende a outras unidades do grupo como a Portugália e a SPdH (antiga Groundforce).

O interesse dos gigantes europeus foi recebido com satisfação pelo executivo, com o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, a considerar que “era previsível” devido aos “resultados bons e robustos” da companhia.

A TAP registou um lucro de 55,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, impulsionado por um terceiro trimestre forte com lucros de 126 milhões, o que demonstra a sua atratividade.

Cada um dos potenciais compradores destacou as sinergias que a aquisição traria.

O grupo Lufthansa, parceiro de longa data na Star Alliance, afirmou que o seu objetivo é “reforçar a conectividade global de Portugal, preservar a identidade portuguesa da TAP e garantir o crescimento sustentável da companhia”, através do seu presidente executivo, Carsten Spohr.

Já o IAG, dono da British Airways e Iberia, referiu que “a TAP terá um potencial significativo dentro do IAG”, embora tenha ressalvado ser “necessário esclarecer vários temas antes de o IAG poder propor um investimento”.

A Air France-KLM, por sua vez, manifestou o seu “forte e continuado interesse” no processo.

A avaliação das propostas terá em conta não só o preço, mas também o projeto estratégico, o reforço da frota e os compromissos laborais.