A investigação em França, aberta pelo Parquet National Financier, é uma consequência da Operação Picoas em Portugal, que resultou na detenção do cofundador da Altice, Armando Pereira.

As autoridades francesas descrevem um “vasto sistema de corrupção” que inclui crimes de corrupção privada, fraude organizada e lavagem de dinheiro. A operação em França envolveu cerca de 30 buscas a residências e empresas, resultando na apreensão de mais de 14 milhões de euros em contas bancárias, veículos e artigos de luxo. O esquema assentaria numa rede de empresas de fachada para sobrefaturar serviços, sendo os diferenciais posteriormente canalizados para circuitos de branqueamento de capitais.

Paralelamente a esta crise legal, a Altice, liderada por Patrick Drahi, procura ativamente reduzir a sua elevada dívida.

Neste contexto, operadoras rivais em França preparam uma nova oferta para desmembrar a Altice no país.

Adicionalmente, o grupo recebeu uma oferta de 652 milhões de dólares da operadora israelita Bezeq pela sua subsidiária Hot Mobile, um passo concreto na sua estratégia de alienação de ativos para fortalecer a sua posição financeira.