A situação, que afeta centenas de trabalhadores, levou o Bloco de Esquerda a questionar o Governo sobre a fiscalização destes apoios públicos.

A Siemens Gamesa, empresa do setor da energia, recebeu 5,2 milhões de euros em incentivos ao abrigo do programa Compete. No entanto, no início do ano, anunciou o despedimento de 222 trabalhadores na sua fábrica de Vagos e, em outubro, encerrou a unidade de Oliveira de Frades, dispensando mais de uma centena de funcionários adicionais. Outro caso destacado foi o da têxtil Polopiqué, que, após garantir 8,2 milhões de euros dos programas PT2020 e PT2030, iniciou uma reestruturação que prevê o despedimento de 274 trabalhadores.

Perante estes casos, a então deputada do Bloco de Esquerda, Andreia Galvão, questionou o Ministério da Economia sobre o impacto social dos despedimentos e os apoios atribuídos.

A deputada defendeu que, embora a lei não impeça os despedimentos, empresas financiadas com dinheiros públicos deveriam estar sujeitas a “maior vigilância”.

A tutela governamental encaminhou as questões para o Ministério do Trabalho, uma resposta que Andreia Galvão considerou revelar “indiferença”.

A situação insere-se num contexto mais vasto de cortes laborais, com a indústria transformadora a ser o setor mais atingido por despedimentos coletivos no segundo e terceiro trimestres do ano.