A Galp Energia estabeleceu uma parceria estratégica com a gigante francesa TotalEnergies para a exploração petrolífera na Namíbia, um acordo que, apesar de visar reduzir o risco, foi recebido negativamente pelo mercado, provocando uma queda acentuada nas ações da petrolífera portuguesa. A operação envolve uma troca de participações em blocos com elevado potencial na bacia de Orange. O acordo anunciado pela Galp prevê a venda de uma participação de 40% no bloco PEL 83, onde se localiza a promissora descoberta de Mopane, à TotalEnergies, que passará a ser a operadora. A Galp manterá uma participação idêntica de 40%.
Em contrapartida, a empresa portuguesa adquire participações minoritárias em dois outros blocos operados pela TotalEnergies na mesma região: 10% no PEL 56 (onde se encontra a descoberta Venus) e 9,4% no PEL 91.
Adicionalmente, a TotalEnergies cobrirá metade dos custos de investimento da Galp no desenvolvimento do campo Mopane. Paula Amorim, presidente do Conselho de Administração da Galp, afirmou que a parceria permite “reduzir significativamente os riscos do Mopane”. No entanto, os investidores reagiram de forma adversa, com as ações da Galp a caírem mais de 15%, resultando numa perda de capitalização bolsista de 1,5 mil milhões de euros.
A reação negativa do mercado sugere que os termos do negócio ficaram aquém das expectativas, nomeadamente das previsões de analistas como a UBS, que antecipavam um pagamento inicial significativo que não se materializou. O acordo, que aguarda aprovação das autoridades da Namíbia, deverá ser finalizado durante o ano de 2026.
Em resumoA Galp acordou vender 40% da sua exploração em Mopane, na Namíbia, à TotalEnergies, que se torna operadora e partilha custos futuros, recebendo em troca participações minoritárias noutros blocos. O mercado reagiu negativamente, com as ações da Galp a registarem uma queda acentuada por o acordo ter ficado aquém das expectativas dos investidores.