O estudo do CEDESA, assinado pelo académico Rui Verde, aponta para uma “erosão estrutural” na Sonangol.

Entre os sinais de declínio estão a queda contínua dos lucros, a estagnação da produção de petróleo (que diminuiu de mais de 1,8 milhões de barris por dia em 2008 para menos de 1,1 milhões em 2024), e a opacidade na relação com o Estado. Os investimentos realizados fora do setor petrolífero, em áreas como saúde e telecomunicações, revelaram-se “insustentáveis”, acumulando centenas de milhões de dólares em prejuízos. A governação da empresa tem sido marcada por “corrupção, nepotismo e esquemas de desvio de combustível”.

Para enfrentar esta crise, o CEDESA propõe uma reforma ambiciosa.

A principal medida seria a privatização de 45% do capital em mercado internacional, com um terço dessa participação reservada aos trabalhadores para “democratizar a estrutura acionista”.

Outra proposta crucial é a aprovação de uma lei que proíba militantes de partidos políticos de ocuparem cargos de gestão na Sonangol, de modo a “blindar a empresa contra interferência partidária”.

A análise sugere ainda a privatização seletiva de áreas deficitárias e um aumento do investimento em investigação e desenvolvimento, incluindo em energias renováveis.