Esta aquisição assinala a entrada do BPCE na banca de retalho em Portugal e representa um retorno significativo para os acionistas vendedores: o fundo norte-americano Lone Star, que detinha 75%, e o Estado português, através do Fundo de Resolução e da Direção-Geral do Tesouro e Finanças. Com este negócio, o Estado consegue recuperar perto de 2 mil milhões de euros dos fundos públicos injetados na instituição desde a resolução do Banco Espírito Santo (BES) em 2014.
A conclusão do processo está prevista para os primeiros meses de 2026, após as aprovações regulatórias necessárias.
No entanto, a transação não está isenta de controvérsia. No mesmo dia da assinatura dos acordos, a sede do Novobanco foi alvo de buscas policiais no âmbito da operação "haircut", que investiga suspeitas de corrupção e outros crimes na venda de ativos herdados do BES. Adicionalmente, o plano de expansão europeu do BPCE, do qual a compra do Novobanco é uma peça central, enfrenta obstáculos, nomeadamente a oposição do governo italiano à sua proposta de fusão na área de gestão de ativos com a Generali. O CEO do BPCE, Nicolas Namias, enquadrou a aquisição como um exemplo para a construção da "soberania financeira" europeia, mas as complexidades em torno do negócio sublinham os riscos inerentes a grandes aquisições transfronteiriças no setor financeiro.














