O presidente da Câmara de Loures, Ricardo Leão, justificou a ação com a necessidade de combater uma "rede criminosa" que estaria a comercializar ilegalmente as construções. "Estão a comercializar barracas a dois mil e três mil euros cada cinco metros quadrados, com garantia de luz e água", afirmou, anunciando a apresentação de uma queixa-crime ao Ministério Público. A autarquia defende que ofereceu alternativas a todos os moradores, com a vereadora da Habitação a garantir que "ninguém ficou para trás. Só aqueles que quiseram ficar, efetivamente". No entanto, o movimento Vida Justa contraria esta versão, acusando a câmara de "mentir" e de deixar os moradores "a dormir ao relento no meio de um lastro de destruição e de insalubridade". Kedy Santos, ativista do movimento, afirmou que os apoios oferecidos, como um cartão de 75 euros para uma mãe com três filhos, são insuficientes e que a autarquia não tinha um registo correto das crianças que viviam no bairro. A situação no Talude Militar tornou-se um símbolo da crise habitacional, com o Governo a apontar a imigração ilegal como uma das causas, enquanto os moradores e ativistas exigem dignidade e soluções habitacionais concretas.
