Os médicos signatários da carta, que a consideram "a única forma de apelo" que lhes resta, denunciam a "perda de capacitação do Serviço", a "desmotivação crescente" e a "mobilização forçada de profissionais" para o recém-inaugurado Hospital de Sintra, sem o devido reforço de equipas. A dependência de médicos tarefeiros é também criticada. A situação levou a Ordem dos Médicos (OM) a reunir-se com a administração, alertando que a equipa fixa da urgência está "muito sobrecarregada" e que o alerta "não pode ser ignorado". Luís Campos Pinheiro, da OM, sublinhou a necessidade de a administração "falar com os médicos, ouvir os médicos e, sobretudo, ser aconselhada pelos médicos". Em resposta, o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, Carlos Sá, afirmou ter recebido o alerta com "muita atenção e cuidado" e anunciou que irá reunir-se individualmente com cada clínico para encontrar soluções. A administração nega a rutura e informa ter contratado 63 novos médicos para a área hospitalar, prevendo um reforço de pelo menos mais três clínicos para o novo Hospital de Sintra em agosto. A crise tem impacto direto nos utentes, com relatos de tempos de espera que podem atingir as 20 horas para uma primeira observação.
