Na missiva, os médicos afirmam que esta é “a única forma de apelo” que lhes resta, após várias tentativas de diálogo. Criticam um modelo de funcionamento que consideram “perverso”, onde se abomina o conceito de “médicos de fim de semana” que trabalham de forma isolada, sem integração. A abertura do novo hospital em Sintra, argumentam, ocorreu sem o devido reforço de recursos, levando a que profissionais do Amadora-Sintra sejam deslocados “sem informação prévia, sem negociação e sem garantir a manutenção dos cuidados mínimos no hospital de origem”. A Ordem dos Médicos interveio, alertando que a equipa fixa da urgência está “muito sobrecarregada” e que o alerta dos profissionais “não pode ser ignorado”. Em resposta, a administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra negou a rutura, anunciando a contratação de 63 novos médicos para a área hospitalar e um reforço de, pelo menos, três clínicos para o Hospital de Sintra em agosto. O presidente da ULS, Carlos Sá, admitiu que as medidas implementadas “mexem com alguns interesses instalados” e propôs reunir-se individualmente com os médicos para encontrar soluções, defendendo que a alternativa “só é viável com os médicos, não é contra os médicos”.
