Nuno Portas, pai de Paulo e Miguel Portas, faleceu em Lisboa aos 90 anos. A notícia foi partilhada por Helena Sacadura Cabral, sua primeira mulher. A sua morte motivou uma declaração de "luto oficial" por parte da Ordem dos Arquitetos (OA), que o considerou "um dos seus mais consagrados membros" e "o maior arquiteto-urbanista da história contemporânea". A OA destacou o seu papel como "político governante decisivo nas políticas de habitação do pós 25 de Abril", lembrando a sua preocupação constante com "o direito à cidade" e à habitação digna. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, evocou Nuno Portas como "uma das personalidades mais visionárias e brilhantes" da segunda metade do século XX português, sublinhando a sua notabilidade como "arquiteto, como professor, como urbanista, como animador de movimentos artísticos, culturais em geral, cívicos, políticos e sociais". Nascido a 23 de setembro de 1934, destacou-se como pensador e investigador, tendo sido Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo em 1974, onde criou o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) para responder a necessidades habitacionais urgentes. O seu trabalho garantiu-lhe projeção internacional, nomeadamente em Espanha e no Brasil. A Ordem dos Arquitetos rematou, afirmando que "a arquitetura portuguesa, toda a cultura nacional, perdeu um grande vulto".