Esta dupla falha no atendimento representa um sério constrangimento para as famílias da região, que ficam sem resposta local para duas das áreas mais sensíveis da saúde.

De acordo com a informação disponível no portal do SNS e noticiada por vários meios de comunicação, o encerramento de ambos os serviços de urgência no mesmo hospital e durante todo o fim de semana é um dos exemplos mais graves da crise que afeta o Serviço Nacional de Saúde. A medida, justificada pela “falta de médicos especialistas para assegurarem as escalas”, deixa a população de Vila Franca de Xira e concelhos vizinhos numa posição de grande vulnerabilidade. As famílias com crianças doentes ou grávidas em trabalho de parto são forçadas a procurar alternativas em hospitais mais distantes, como o de Loures ou o Amadora-Sintra, que, por sua vez, também operam com limitações e recebem apenas casos referenciados pelo INEM ou pela Linha SNS 24. Este cenário não só aumenta o tempo de espera e a distância a percorrer em situações de emergência, como também contribui para a sobrecarga das equipas médicas e de enfermagem das unidades que se mantêm abertas. A situação em Vila Franca de Xira espelha um problema sistémico de falta de recursos humanos qualificados no SNS, que se manifesta de forma mais aguda fora dos grandes centros urbanos e durante os períodos de férias, comprometendo a equidade no acesso aos cuidados de saúde.