Um dos casos, ocorrido na Baixa da Banheira, está diretamente ligado ao fecho do bloco de partos do Hospital do Barreiro, evidenciando o impacto da crise na segurança de mães e recém-nascidos. Os relatos das corporações de bombeiros de Moita, Moura e Montijo confirmam o nascimento dos bebés Gerson, Madjera e Santiago no interior de ambulâncias, a caminho do hospital. A situação do pequeno Gerson é particularmente ilustrativa das consequências dos constrangimentos no SNS: a sua mãe, residente na Baixa da Banheira, teve de ser transportada para o Hospital de Setúbal porque o bloco de partos do hospital da sua área, o do Barreiro, estava encerrado.
O bebé acabou por nascer durante o trajeto.
Este fenómeno não é isolado, com as notícias a indicarem que mais de 40 partos ocorreram em ambulâncias ou em casa desde o início do ano, um número que poderá ser superior, dado que nem todas as ocorrências são reportadas. A situação já mereceu o reconhecimento da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, que em abril admitiu a necessidade de garantir que nasçam menos bebés em ambulâncias, embora considerando que estas situações sempre ocorreram.
No entanto, a frequência crescente destes partos fora do ambiente hospitalar levanta sérias preocupações sobre a segurança e a qualidade dos cuidados prestados, transformando o que deveria ser um momento planeado num evento de emergência com riscos acrescidos para mãe e filho.













