Pelo menos três bebés nasceram nestas condições nos últimos dias, um reflexo direto da incapacidade da rede hospitalar em garantir uma resposta atempada e segura às grávidas.

Um dos casos ocorreu na madrugada de 10 de agosto, quando uma equipa dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos foi chamada para transportar uma parturiente. Com as urgências dos hospitais de Santarém e Vila Franca de Xira encerradas, a bebé acabou por nascer na ambulância enquanto se aguardavam indicações do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) para encaminhamento para o Hospital de Loures. Outros casos semelhantes foram reportados nos concelhos da Moita e do Montijo, onde o encerramento do bloco de partos do Barreiro obrigou ao transporte de grávidas para Setúbal.

A situação levou a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, a reconhecer o problema, afirmando que, embora sempre tenham ocorrido partos em ambulâncias, “o objetivo é que nasçam cada vez menos bebés” nestas circunstâncias.

Estes incidentes sublinham o risco acrescido para mães e recém-nascidos e a pressão extrema sobre os serviços de emergência pré-hospitalar, que são forçados a gerir situações clínicas complexas fora de um ambiente hospitalar adequado.