Uma avaria informática na central 112 de Lisboa provocou constrangimentos significativos no envio de ambulâncias, com atrasos que chegaram a atingir pelo menos 30 minutos. A falha técnica, que terá sido causada por um sobreaquecimento de servidores, expôs a vulnerabilidade da infraestrutura tecnológica do sistema de emergência nacional. O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) denunciou que, desde a tarde de segunda-feira, os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM começaram a receber fichas de ocorrências da central 112 vazias de informação essencial, como nome, morada e motivo da chamada. Esta falha obrigava os operadores do CODU a duplicar procedimentos para obter os dados, gerando uma “demora na triagem do INEM” e, consequentemente, atrasos no envio dos meios de socorro.
Segundo o presidente do sindicato, Rui Lázaro, a situação levou a que várias chamadas ficassem em espera e outras fossem mesmo perdidas.
Em resposta, a Polícia de Segurança Pública (PSP), que gere o serviço 112, minimizou o incidente, afirmando ter havido apenas uma “interrupção por três a cinco minutos” para transferir os sistemas para o centro de controlo do Norte enquanto se resolvia um problema de refrigeração. A PSP acrescentou que não teve “conhecimento de qualquer dificuldade na passagem das chamadas para os CODU”. A discrepância entre as versões do sindicato e da PSP levanta questões sobre a transparência e a real dimensão do impacto da avaria na resposta de emergência, num momento em que o sistema de saúde já se encontra sob forte pressão devido à falta de recursos humanos.
Em resumoA falha informática no 112 de Lisboa e os consequentes atrasos no envio de ambulâncias revelam uma fragilidade crítica na infraestrutura de emergência, com versões contraditórias das entidades envolvidas a gerarem incerteza sobre a eficácia da resposta a pedidos de socorro.