A situação no HESE ilustra uma pressão insustentável sobre os seus serviços.
A urgência de Ortopedia esteve encerrada por 24 horas devido à "indisponibilidade de equipa para este período", forçando a Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC) a apelar à população para que contactasse a Linha SNS 24 para ser reencaminhada. Simultaneamente, a urgência de Medicina Interna viu as suas limitações, iniciadas a 14 de agosto, serem sucessivamente prolongadas, mantendo-se por mais de uma semana. A justificação da ULSAC aponta para "uma elevada afluência de doentes com quadros clínicos complexos e necessidade de internamento, aliada a uma redução da equipa disponível".
Durante este período, o serviço apenas admitia doentes encaminhados pelo CODU/INEM ou pela linha SNS 24.
Esta dupla crise num hospital de referência sobrecarrega não só os seus profissionais, mas também as unidades de cuidados de saúde primários em Vendas Novas, Montemor-o-Novo e Estremoz, que, embora disponíveis 24 horas, não possuem a mesma capacidade de resposta para casos complexos. A situação em Évora é sintomática de um problema mais vasto de falta de recursos humanos e de capacidade de internamento que afeta hospitais em todo o país, com um impacto particularmente severo em regiões com menor densidade populacional e menos alternativas de cuidados de saúde.













