Os dados apontam para um crescimento face ao ano anterior, suscitando preocupação entre autarcas e a população.

Em resposta, o diretor executivo do SNS, Álvaro Almeida, admitiu em entrevista um "aumento ligeiro do número de partos fora do domicílio e dos hospitais", mas afirmou que este "não está diretamente relacionado, com os encerramentos de urgências". O responsável atribuiu a situação à carência estrutural de médicos obstetras, referindo que o SNS dispõe de apenas metade dos especialistas necessários para assegurar todas as urgências.

Garantiu ainda que os 56 casos estão a ser analisados individualmente para identificar padrões e corrigir falhas.

No entanto, esta posição contrasta com a perceção no terreno, onde os encerramentos rotativos e a necessidade de percorrer longas distâncias para encontrar uma maternidade aberta são vistos como fatores de risco diretos.

A situação sublinha um aparente desfasamento entre a gestão administrativa da crise e a experiência vivida pelas utentes, que enfrentam um sistema imprevisível num dos momentos mais vulneráveis das suas vidas.