Este descontentamento é alimentado por motivos como “mau atendimento (36,62% das queixas), falta de comunicação (22,14%)” e tempos de espera excessivos.

Em paralelo, a problemática dos partos em ambulância ganhou destaque, com 56 casos contabilizados até agosto, incluindo um nascimento na via pública.

O diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, admitiu em entrevista um “aumento ligeiro do número de partos fora do domicílio e dos hospitais”, mas recusou uma relação direta com os encerramentos, argumentando que o número de fechos este ano foi menor que no ano anterior.

Garantiu ainda que os 56 casos estão a ser analisados para identificar padrões e corrigir falhas.

No entanto, a perceção pública e os dados das queixas sugerem uma forte correlação entre a instabilidade da rede de urgências de obstetrícia e o aumento de situações de risco para as grávidas. A crise é atribuída à falta de especialistas, com os artigos a referirem que o SNS possui apenas metade dos obstetras necessários, o que torna inevitável o recurso a um modelo de urgências rotativas e encerramentos programados, minando a confiança dos cidadãos no sistema.