O caso, o segundo do género no mesmo mês, expõe a grave carência de profissionais e a vulnerabilidade das populações no interior do país. A morte de um homem de 56 anos em Marvão, a 26 de agosto, realça uma falha crítica no sistema de resposta a emergências médicas na região do Alto Alentejo. O alerta para uma paragem cardiorrespiratória foi dado por volta da meia-noite e, embora os bombeiros de Castelo de Vide tenham respondido e realizado manobras de suporte básico de vida, o apoio médico diferenciado da VMER de Portalegre não estava disponível. A vítima foi transportada para o Hospital de Portalegre, onde o óbito foi declarado.

Miguel Lopes, da administração da Unidade de Saúde Local do Alto Alentejo, confirmou que a VMER estava inoperacional “por falta de elemento médico”.

Este trágico evento não é um caso isolado.

Os artigos referem explicitamente que esta foi a segunda morte no distrito em circunstâncias semelhantes no mês de agosto, tendo o caso anterior ocorrido em Castelo de Vide no dia 13.

Os dados revelam um problema sistémico: entre janeiro e julho, a VMER de Portalegre, que deveria garantir cobertura 24 horas por dia, esteve inoperacional durante quase 500 horas.

O administrador hospitalar descreveu a situação como “crítica”, afetando toda a região, que “continua a ter muitas carências em termos de fixação e recrutamento de profissionais”. Mencionou ainda que, apesar dos esforços para formar médicos para a VMER, os meses de férias de julho e agosto agravam a escassez de pessoal. Este incidente sublinha as consequências fatais da falta de médicos, especialmente em zonas rurais e de baixa densidade populacional, onde o socorro especializado já é geograficamente distante e a sua indisponibilidade pode ser fatal.