A interrupção deste serviço crítico para o tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) coloca em risco a vida e a recuperação dos doentes na região.

A escassez de médicos especialistas no SNS está a afetar não apenas a obstetrícia, mas também outros serviços de emergência altamente críticos e tempo-dependentes. Um exemplo claro é a situação no Hospital de Braga, onde o serviço “Via Verde AVC” deixou de estar operacional entre as 20h00 e as 24h00, estando também encerrado aos fins de semana e feriados. A razão para esta interrupção é a falta de neurorradiologistas disponíveis para realizar trombectomias, um procedimento crucial para a remoção de coágulos sanguíneos do cérebro em casos de AVC grave. Os profissionais alertaram para os sérios riscos que esta situação representa para os doentes.

A “Via Verde AVC” é um protocolo nacional concebido para garantir um diagnóstico e tratamento rápidos às vítimas de AVC, onde cada minuto poupado pode prevenir a morte ou incapacidades graves e permanentes. A incapacidade de um grande hospital regional como o de Braga de prestar este serviço de forma contínua representa uma lacuna significativa na rede de cuidados de emergência. Esta situação evidencia que a crise de pessoal não é uniforme e que a falta de profissionais altamente especializados pode paralisar serviços específicos e vitais, deixando regiões inteiras sem acesso aos melhores cuidados possíveis durante emergências médicas críticas. Embora grande parte da atenção pública se tenha centrado nos encerramentos de maternidades e pediatrias, os problemas na unidade de AVC de Braga demonstram o impacto mais vasto e profundo do défice de recursos humanos no SNS.