Esta abordagem coloca em perspetiva o dilema entre a segurança clínica, defendida pelos padrões da Ordem, e a necessidade de assegurar uma resposta mínima à população.
Diretor do SNS Prefere Urgências Abertas Mesmo Sem Cumprir Rácios da Ordem
O Diretor Executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, defendeu publicamente uma abordagem pragmática para lidar com a falta de médicos, afirmando preferir manter os serviços de urgência a funcionar mesmo que não cumpram os rácios mínimos de profissionais definidos pela Ordem dos Médicos. Esta posição, expressa em entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias, representa um desvio significativo das normas regulamentares e expõe a gravidade da crise de recursos humanos no setor. Álvaro Almeida questionou a lógica de encerrar serviços por uma diferença marginal no número de clínicos presentes, com a pergunta retórica: “Porque há de fechar uma urgência que, em vez de seis, tem cinco médicos?”. Com esta declaração, o responsável máximo pela gestão do SNS sinaliza que a prioridade é garantir o acesso, ainda que em condições não ideais, em detrimento de uma paragem total dos serviços, que considera ser um mal maior para os utentes. O CEO do SNS reconheceu que o “problema das urgências encerradas é a falta de médicos” e que, enquanto os padrões da Ordem não forem alterados, o modo de funcionamento atual, com encerramentos e constrangimentos, não se alterará. A sua posição, embora controversa, reflete a difícil gestão diária dos hospitais, que se debatem com escalas incompletas, especialmente na área da Obstetrícia, identificada como o maior problema.



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