A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou o bloqueio das negociações do acordo laboral, exigindo a sua retoma em setembro.

Em comunicado, a FNAM responsabilizou o Ministério e as entidades públicas empresariais (EPE) pela recusa em assinar um acordo parcial que previa melhorias nas condições de trabalho, após meses de conversações.

Por sua vez, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou a ministra Ana Paula Martins de falta de planeamento a curto e médio prazo. Fátima Monteiro, coordenadora do SEP no Porto, criticou o facto de os Planos de Desenvolvimento Organizacionais (PDO) de 2025, que definem as necessidades de pessoal, ainda não estarem autorizados, o que impede a contratação de profissionais para os quadros e perpetua a precariedade. A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, reagiu às críticas da FNAM, acusando a federação de ter um “discurso duplo” e de querer “enganar os portugueses” relativamente à proposta de redução da dependência dos médicos tarefeiros.

Este clima de confronto entre a tutela e os sindicatos agrava a instabilidade no SNS, com os profissionais a sentirem-se desvalorizados e as negociações coletivas num impasse, o que contribui para a contínua degradação das condições de trabalho e para a dificuldade em reter talentos no serviço público.