Esta falha recorrente no socorro pré-hospitalar foi associada a pelo menos duas mortes e motivou uma forte reação da autarquia local, que exige soluções urgentes.
A situação, descrita pela Unidade Local de Saúde (ULS) do Alto Alentejo como um problema “estrutural e prolongado”, resulta da escassez de médicos para preencher as escalas. A gravidade da crise foi exposta pela morte de um homem de 56 anos em Marvão, vítima de paragem cardiorrespiratória, que não pôde ser assistido pela VMER por esta se encontrar inoperacional. Este foi o segundo caso fatal no distrito durante o mês de agosto a coincidir com a indisponibilidade da viatura.
A presidente da Câmara de Portalegre, Fermelinda Carvalho, reagiu veementemente, afirmando que, embora a falta de socorro possa não ter sido a causa direta, “fica a dúvida, fica o grande medo de não estarmos a prestar o socorro às pessoas”.
A autarca reuniu-se com a administração da ULS e reivindicou que “a VMER esteja em funcionamento 100% do tempo”. Em resposta, a ULS agendou uma reunião com o INEM para discutir soluções, que podem passar pela autorização para a VMER operar apenas com enfermeiros em situações de exceção ou pela criação de uma ambulância de Suporte Imediato de Vida (SIV). O caso de Portalegre espelha as dificuldades do SNS em garantir cuidados de emergência em regiões do interior, onde a escassez de profissionais de saúde tem consequências fatais.














