A situação insólita ocorreu no sábado, 23 de agosto, e, segundo relatos, não foi a primeira vez.

Os utentes que se deslocaram ao Serviço de Atendimento Complementar (SAC) encontraram as portas fechadas, não por falta de equipa clínica, mas porque o único funcionário com acesso às chaves do edifício não se apresentou ao trabalho.

Tanto os doentes como os profissionais de saúde que chegavam para iniciar o seu turno foram forçados a aguardar no exterior até que a situação fosse resolvida. Este caso, embora pontual, é sintomático de falhas organizacionais e de planeamento que podem ter um impacto tão grave no acesso aos cuidados como a própria falta de médicos. Expõe uma dependência excessiva de um único indivíduo para uma função tão crítica como a abertura de uma unidade de saúde. O incidente na Chamusca demonstra que a resiliência do Serviço Nacional de Saúde não depende apenas do número de médicos e enfermeiros, mas também de processos administrativos e logísticos robustos, capazes de garantir o funcionamento básico das suas infraestruturas, especialmente em serviços de urgência que operam fora do horário normal.