A morte de um bebé de 11 meses junto ao centro de saúde de Idanha-a-Nova, alegadamente após recusa de atendimento, desencadeou investigações do Ministério Público e da Unidade Local de Saúde (ULS) de Castelo Branco. O caso, ocorrido a 22 de agosto, levanta questões graves sobre o acesso e a resposta dos cuidados de saúde primários em zonas do interior. O percurso da criança nesse dia foi complexo: após uma primeira observação no Serviço de Atendimento Complementar (SAC) de Idanha-a-Nova, foi encaminhada para a Urgência Pediátrica do Hospital Amato Lusitano, em Castelo Branco, onde teve alta clínica. Com o agravamento do seu estado, a mãe regressou ao SAC, onde alega que o atendimento foi recusado por estar perto da hora de fecho.
O bebé acabou por sofrer uma paragem cardiorrespiratória e falecer.
Esta versão é contrariada pela ULS de Castelo Branco e pelos bombeiros locais, que garantem que a médica de serviço atendeu a criança de imediato e iniciou manobras de reanimação antes da chegada do INEM. A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, lamentou "profundamente" o caso e afirmou querer "saber o mais rapidamente possível exatamente o que se passou", confirmando a abertura de inquéritos. O incidente gerou uma forte reação política, com o ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, a apelar ao primeiro-ministro para que se entenda "com o PS, com o Chega, com quem quiserem" para salvar o SNS, alertando para a regressão de indicadores de saúde e a aflição nos serviços de obstetrícia.
O deputado do JPP, Filipe Sousa, exigiu um pedido de desculpas formal de Luís Montenegro, considerando a tragédia um reflexo do colapso do sistema.
Em resumoA morte trágica de um bebé em Idanha-a-Nova, com versões contraditórias sobre a prestação de cuidados, está sob investigação criminal e administrativa, tornando-se um símbolo da crise no SNS e gerando apelos políticos para uma intervenção urgente.