O encerramento da urgência de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Aveiro teve como consequência direta o nascimento de um bebé dentro de uma ambulância. O caso expõe os riscos associados à suspensão de serviços essenciais e à necessidade de transferir grávidas para unidades de saúde distantes. Na madrugada de segunda-feira, uma grávida de Ílhavo, já em trabalho de parto, não pôde ser atendida no Hospital de Aveiro devido ao encerramento da respetiva urgência. A situação obrigou ao seu transporte para uma das maternidades de Coimbra, a cerca de uma hora de distância. No entanto, a bebé nasceu antes de chegar ao destino, dentro da ambulância dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo, já na cidade de Coimbra. O parto foi assistido pelos bombeiros, que receberam apoio da viatura médica do Hospital Infante D. Pedro, de Aveiro.
Felizmente, tanto a mãe como a bebé ficaram “bem de saúde”.
Este incidente não é um caso isolado e insere-se numa crise mais vasta de constrangimentos nas urgências de obstetrícia em todo o país. O diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, admitiu um “aumento ligeiro do número de partos fora do domicílio e dos hospitais”, embora defendendo que estes casos “não estão diretamente relacionados com o encerramento de urgências”. No entanto, o caso de Aveiro demonstra uma ligação causal clara entre o fecho do serviço e a necessidade de um transporte de emergência que culminou num parto extra-hospitalar, realçando a vulnerabilidade das grávidas e a pressão sobre as equipas de emergência quando as unidades de saúde locais não conseguem dar resposta.
Em resumoUma grávida foi forçada a viajar para Coimbra devido ao encerramento da urgência de obstetrícia em Aveiro, acabando por dar à luz numa ambulância. O incidente, que terminou bem para mãe e filha, evidencia os perigos decorrentes da suspensão de serviços de saúde essenciais e o aumento do risco para as parturientes.