O Ministério da Saúde, em comunicado, responsabilizou diretamente os médicos prestadores de serviços, afirmando que, “sem que nada o fizesse prever”, manifestaram a sua indisponibilidade. A tutela aproveitou para referir que o Governo anunciou recentemente nova legislação “que pretende acabar com injustiças e com os privilégios de alguns tarefeiros que, sendo remunerados muito acima dos seus colegas do SNS, não assumem outros horários que não considerem ser totalmente convenientes”. Posteriormente, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esclareceu que uma bolsa de mais de 20 médicos tarefeiros não teve disponibilidade, mas ressalvou não lhes atribuir responsabilidades diretas, pois “não têm vínculo com o Serviço Nacional de Saúde, trabalham realmente à tarefa”.
Esta situação gerou uma forte reação por parte de sindicatos e ordens profissionais.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, rejeitaram a culpabilização dos tarefeiros, argumentando que a verdadeira causa da crise é a falta de condições atrativas no SNS, que leva os profissionais a optarem por este regime. A FNAM acusou o Governo de criar “desigualdades” entre médicos do quadro e prestadores de serviços, desafiando a tutela a melhorar as condições para atrair e reter talento.
O antigo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, alertou para a transformação do SNS num sistema “à tarefa”, considerando-o um erro.













