A urgência polivalente do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) viu-se forçada a limitar a admissão de novos utentes durante o fim de semana, aceitando apenas casos encaminhados pelo INEM, médicos ou pela linha SNS 24. A Unidade Local de Saúde do Alentejo Central (ULSAC) justificou a medida com a “elevada afluência de doentes com quadros clínicos complexos” e a “redução da equipa disponível”. A situação, descrita como uma “medida temporária”, esteve em vigor desde as 08:00 de sábado até às 08:00 de segunda-feira. A ULSAC apelou à população para que, antes de se deslocar ao hospital, contactasse a linha SNS 24 ou procurasse os cuidados de saúde primários, lembrando que os centros de saúde de Vendas Novas, Montemor-o-Novo e Estremoz dispõem de atendimento de urgência 24 horas.
Esta não foi a primeira vez que a urgência do HESE enfrentou constrangimentos.
A instituição já tinha implementado medidas semelhantes no início de setembro e também em agosto, quando as limitações afetaram a especialidade de Medicina Interna.
Os motivos invocados têm sido recorrentes: elevada procura de doentes e equipas clínicas reduzidas.
A ULSAC argumentou que a limitação na admissão de utentes visa “garantir a segurança e qualidade dos cuidados prestados” perante os constrangimentos existentes.
Este episódio reflete as dificuldades sentidas por hospitais fora dos grandes centros urbanos em gerir picos de afluência com equipas que já se encontram sob pressão.
Em resumoOs constrangimentos recorrentes na urgência do Hospital de Évora ilustram os desafios estruturais enfrentados pelos hospitais regionais em Portugal. A combinação de elevada procura e escassez de recursos humanos obriga a medidas de contingência que limitam o acesso direto dos utentes, reforçando a importância da triagem pré-hospitalar e da articulação com os cuidados primários.