A crise nos serviços de urgência não se limitou à Península de Setúbal, com vários hospitais em diferentes regiões do país a anunciarem o encerramento ou condicionamento das suas urgências de obstetrícia e ginecologia. A situação, recorrente em períodos de férias e fins de semana prolongados, evidencia uma fragilidade sistémica na capacidade de resposta do SNS. De acordo com os dados do Portal do SNS, durante o fim de semana de 13 e 14 de setembro, estiveram encerradas as urgências de obstetrícia e ginecologia no Hospital de Portimão, Hospital Infante Dom Pedro (Aveiro) e Hospital de Abrantes. A estes juntaram-se os hospitais da Península de Setúbal (Barreiro e Setúbal).
No domingo, a urgência do Hospital de Vila Franca de Xira também encerrou.
Outras unidades, como o Hospital Beatriz Ângelo (Loures) e o Hospital Santo André (Leiria), funcionaram com condicionamentos, recebendo apenas casos encaminhados pelo INEM.
As urgências pediátricas de Vila Franca de Xira e Loures também registaram constrangimentos. A causa principal apontada para estes encerramentos é a falta de médicos especialistas para preencher as escalas. As autoridades de saúde reiteraram o apelo para que a população contacte a linha SNS 24 antes de se dirigir a uma urgência, de modo a receber o encaminhamento adequado.
Em resumoO mapa de encerramentos de urgências durante o fim de semana demonstrou que a falta de especialistas é um problema nacional e não um exclusivo da região de Lisboa. A dificuldade em assegurar escalas em várias especialidades e hospitais revela a necessidade de uma estratégia nacional para a gestão de recursos humanos no SNS, capaz de garantir uma cobertura assistencial equitativa em todo o território.