O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, afirmou que o SNS vive “uma das maiores crises da sua história”, sendo o “problema principal a falta de recursos humanos”. Segundo ele, dos cerca de 55 mil médicos em idade ativa, apenas pouco mais de 30 mil trabalham no SNS, um reflexo da incapacidade do sistema para atrair e reter talento. Da mesma forma, o bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, alertou para a “escassez brutal de enfermeiros”, estimando que o SNS necessitaria de mais 14 mil destes profissionais. A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) exigiu a “reconstrução do SNS”, acusando o Governo de manter um “subfinanciamento crónico” e de “empurrar os profissionais para fora do serviço público”. Os dados do INE, divulgados na mesma altura, revelaram que, apesar de o número de atendimentos em urgência ter diminuído 4% em duas décadas, a despesa do SNS continua a aumentar, correspondendo a 5,5% do PIB, com um crescimento significativo nos gastos com tarefeiros e horas extraordinárias para colmatar a falta de pessoal.