Os casos relatados na imprensa ilustram um padrão preocupante.
Em Alpiarça, um bebé nasceu numa ambulância porque a urgência obstétrica do Hospital de Santarém se encontrava temporariamente encerrada, obrigando a um desvio para Abrantes, a 55 quilómetros de distância. Noutros incidentes, grávidas de Rio Maior tiveram de ser assistidas pelos bombeiros a caminho de Caldas da Rainha ou Leiria, após a indisponibilidade simultânea das maternidades de Santarém e Vila Franca de Xira.
A situação repete-se noutras regiões, como em Aveiro, onde o encerramento da urgência local forçou um transporte para Santa Maria da Feira, que também culminou num parto em trânsito.
O diretor-executivo do SNS, Álvaro Almeida, admitiu um “aumento ligeiro” destes casos, mas desvalorizou a sua ligação direta aos encerramentos, uma visão contestada pelos relatos que indicam claramente os desvios forçados como causa.
Este fenómeno transforma as autoestradas em “maternidades improvisadas”, como criticou a FNAM, e coloca em risco a segurança de mães e recém-nascidos, tornando-se o rosto mais visível da crise no acesso aos cuidados de saúde materno-infantis.














