Uma falha generalizada no sistema informático do Serviço Nacional de Saúde (SNS) provocou o caos em hospitais e centros de saúde por todo o país, deixando os médicos sem acesso aos processos clínicos dos doentes e impossibilitados de prescrever medicamentos ou consultar exames. O “apagão digital”, que durou desde a tarde de quarta-feira até à manhã de quinta-feira, comprometeu a realização de consultas e cirurgias, evidenciando a vulnerabilidade da infraestrutura tecnológica da saúde. Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e a operadora NOS atribuíram a instabilidade a uma atualização do software da Rede Informática da Saúde (RIS).
A falha afetou sistemas cruciais como a Prescrição Eletrónica Médica (PEM).
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) denunciou a situação, afirmando que estas falhas, embora não tão generalizadas, “acontecem todos os dias” e demonstram a “inoperância governativa” e a falta de investimento na modernização dos sistemas. A presidente da FNAM, Joana Bordalo e Sá, alertou para o risco que estas quebras representam para a segurança dos doentes e aconselhou os médicos a apresentarem escusas de responsabilidade para se protegerem de eventuais consequências.
Embora o sistema tenha sido gradualmente restabelecido, o incidente causou atrasos significativos e expôs a dependência crítica do SNS em relação a uma infraestrutura tecnológica que se revelou frágil.
Em resumoA paralisação do sistema informático do SNS demonstrou uma vulnerabilidade crítica na infraestrutura de saúde nacional, com impacto direto na segurança e continuidade dos cuidados. O incidente sublinha a urgência de investir em sistemas mais robustos e resilientes para evitar que falhas tecnológicas comprometam a atividade clínica e a segurança dos utentes.